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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mariologia

Maria: Medianeira junto a Jesus
Posso falar diretamente com Jesus sem procurar nenhum mediador. Mas posso pedir ao padre Pedro que ore comigo e por mim. E posso pedir ao pastor Jaime que faça o mesmo. Posso usar de sua intercessão enquanto eu mesmo falo com Jesus. Melhor para mim que tenho mais duas pessoas orando por mim e comigo! Se não desprezo a intercessão dos homens piedosos deste mundo porque faria pouco caso da intercessão da Mãe do Cristo que está no céu com seu Filho?
O pregador evangélico que dizia que não precisava de nenhuma outra intercessora junto a Deus, porque já tinha Jesus, o santo, estava querendo marcar um ponto contra os católicos, mas marcou contra si mesmo. No mesmo programa de rádio, minutos depois, ofereceu-se para orar pelos seus fiéis. Se ele podia ser intercessor junto a Deus em nome de Jesus, porque a mãe de Jesus não pode? Ou será que ele é dos que pregam que Maria está morta e ainda não foi para o céu? Neste caso, onde ele espera ir quando morrer? Se a mãe de Jesus ainda está esperando e, por isso, não pode orar, onde estão todos os fiéis da sua Igreja? Os vivos têm mais poder do que os que morreram em Jesus? Os fiéis da Terra têm mais poder do que os fiéis do céu? Não há ninguém no céu? E onde estão todos os piedosos cristãos que morreram nestes 20 séculos? Onde está o ladrão a quem Jesus disse que naquele mesmo dia estaria no paraíso? Céu é uma coisa e paraíso é outra?

"A fé em Maria, se for pura,
acaba levando a Jesus, de tal maneira
que nosso viver passa a ser Ele "

Uma questão suscita outra quando afirmamos que só nós podemos orar pelos outros e que os que morreram em Jesus não podem. Ficamos com um trecho da Bíblia que dá a entender que os mortos não podem fazer nada pelos vivos e ignoramos os outros que dizem que é bom orar e fazer oferendas em favor dos mortos? Ignoramos passagens que mostram que Moisés e Elias estavam vivos em Deus e oravam com Jesus? Então, se a Bíblia merece crédito no que afirma, e eles apostam nisso, existe gente viva e orando no céu. É lá que Maria está. Se Moisés e Elias estão no céu e oram, então Maria a mãe do Cristo também está e ora. Não parece natural e lógico que Jesus tenha levado sua mãe para o céu?
A catequese sobre Maria é bem clara na Igreja. O único mediador junto ao Pai é Jesus. Mas Maria também intercede, só que age como alguém que depende. Ela faz o que qualquer cristão pode fazer, só que faz melhor: intercede por nós a Jesus, ou ao Pai em nome de Jesus. Foi o que Jesus mandou seus discípulos fazerem no Pai Nosso (Mt 6,9) e em (Jo 14, 13-15) Mas deixou claro que quem usasse seu nome de maneira errada teria que responder pelo desrespeito (Mt 7,22).
A fé em Jesus, se for pura e sincera, purifica o nosso trato com Maria. A fé em Maria, se for pura, acaba levando a Jesus, de tal maneira que nosso viver passa a ser Ele (Gl 2,20). Se no céu se batesse palmas é isso o que ela faria ao cristão que a saúda respeitosamente, mas vai falar horas e horas com seu filho. Que mãe não gostaria disso?


"Se Moisés e Elias estão no céu e oram, então Maria a mãe do Cristo também está e ora"

Quando alguém diz que Jesus é o único mediador junto ao Pai está dizendo que ele é a única autoridade para isso. Mas não está negando aos seus discípulos o direito de serem mediadores com Jesus. Senão, por que é que ele iria ensinar, no Pai Nosso, que devemos nos dirigir diretamente ao Pai e que deveríamos usar seu nome e orar uns pelos outros?
Se Jesus manda interceder é porque podemos também nós ser intercessores. Então, também somos mediadores com ele. É claro que não tão plenos como Ele, mas sempre depois dele e por causa dele, da mesma forma que somos filhos por causa dele. Se podemos nos proclamar filhos de Deus por causa de Jesus, o Filho, podemos ser intercessores uns pelos outros por causa de Jesus o intercessor. Não é isso que fazem as igrejas cristãs quando incentivam que oremos e intercedamos uns pelos outros em nome do intercessor maior que é Jesus?
Quando os católicos chamam Maria de intercessora estão seguindo a mesma lógica. Continuo perguntando… Se padre e pastor podem, porque Maria não poderia interceder? Se nas missas e cultos intercedemos a Jesus pelos nossos doentes e pedimos a ele que nos conceda o que pedimos, por que não pedir a outros discípulos já no céu, que orem junto? E por que excluir Maria? Perguntas de um coração católico!

*Pe. Zezinho, scj

Educação

Uma palavra aos pais
Caríssimos pais, não se entreguem. Entendam que os tempos de hoje são outros; entendam que vocês podem entender os filhos

"Ter razões não é o que basta. É preciso,
sobretudo, testemunhar constantemente com exemplos de vida"



Há muitos pais de família que se perguntam: “Que fazer para que meu filho não se torne um drogado, um alcoólatra, um desajustado? Que fazer para que meus filhos – eles e elas – não sejam insubmissos e rebeldes? Que fazer para que todo o bem que lhes fizemos não seja esquecido, e produza frutos bons? Somos pequenos demais para enfrentar as forças do mal!”
Diante disso, muitos pais de família desanimam e deixam a vida correr; acham que é inútil lutar contra o destino; acham que se esforçar é perda de tempo; acham que o mal dos tempos em que vivemos é incontrolável.
Outros, ao contrário, buscam ânimo para vencer; crêem que em Deus está a força que supera e nele esperam; acham que não se pode perder um minuto do tempo que se tem para melhorar a situação.
Na verdade, não se pode negar que as dificuldades são muitas e grandes; não podemos fechar os olhos à realidade. Estamos diante da força incrível dos meios de comunicação que insistem mais em deformar do que em formar para a vida! Entretanto, entregar-se ao desânimo significa compactuar e render-se, e isto, além de ser um mal, multiplica os males.
Por isso, caríssimos pais, não se entreguem. Entendam que os tempos de hoje são outros; entendam que vocês podem entender os filhos; entendam que para entendê-los e fazer-se entendidos são necessárias duas coisas: o diálogo e a oração.
A falta de diálogo gera a confusão e o fechamento;
A falta de oração, tira da palavra a eficácia e a maturação.
O diálogo é para esclarecer; a oração é para fortalecer;
O diálogo é para acertar; a oração é para aceitar o que é certo e melhor para todos.
A força impõe; o diálogo dispõe; a oração compõe.
Berros e gritos não convencem. Espantam. Ter razões não é o que basta. É preciso, sobretudo, testemunhar constantemente com exemplos de vida.
Quando vocês forem conversar com seus filhos, tenham antes uma conversa com Deus!
Ninguém poderá iluminar o mundo todo ascendendo apenas uma vela! Ninguém poderá ter toda a sua casa iluminada deixando a luz entrar apenas por uma fresta!
São de um jovem estas palavras de queixa: “Se meus pais me tivessem falado de Deus e tivessem ido sempre à frente de meus caminhos, eu não teria errado tanto e não teria perdido parte do tempo mais bonito de minha vida!”
O que lhes disse não é tudo, mas ajuda a pensar!

*Pe. Orlando Gambi, C. Ss. R. (In memorian)